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Pesquisadores da UFPB e do exterior debatem futuro de João Pessoa
Diante das drásticas mudanças pelas quais os centros das cidades estão passando em várias partes do mundo, um grupo formado por pesquisadores estrangeiros e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai discutir o futuro do centro da cidade de João Pessoa e Região Metropolitana no IV Simpósio Futuro dos Centros das Cidades.
O evento acontecerá nesta quinta (5) e sexta (6), na Usina Cultura Energisa, na capital paraibana. A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas. As inscrições, inclusive submissão de pôsteres, devem ser realizadas por meio do preenchimento e do envio de formulário.
De acordo com a organização, em João Pessoa, capital do estado da Paraíba, há um esvaziamento de áreas centrais mais antigas desde os anos de 1990 e o ressurgimento de novas centralidades, mais pujantes e de uso misto em regiões de recente consolidação ocupacional.
“O Centro não é um patrimônio que tem que cair”, defende o professor Geovany Silva, do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo da UFPB. Ele, juntamente com o professor Carlos None, que integra o mesmo programa, representam a UFPB.
O professor Geovany Silva acredita que é possível reabitar o centro de João Pessoa, visto que já tem infraestrutura, escolas, policiamento e possibilidades para modais de transporte, como trem e o rio Sanhauá.
“Talvez se precise rever essas estratégias de planejamento e controlar mais a dispersão da cidade. O Centro Histórico é onde tem patrimônio, história, simbologia, infraestrutura, então não faz sentido se levar construções para uma área que não tem infraestrutura”.
Para ele, há um problema de urbanização que não se consegue dar qualidade de vida para a maior parte da população. “Por conta dessa dispersão da cidade, não se consegue levar transporte público, esgoto, água, porque não tem dinheiro para todo mundo”, explica Geovany.
O docente esclarece que não é um simpósio acadêmico apenas “É um simpósio que busca criar diálogos com a iniciativa privada, com a comunidade, com ações sociais, com ONGs, com a parte de política urbana, gestores, Ministério Público, então, é uma maneira de discutir formas de transformar a cidade”.
Segundo os pesquisadores, os centros das cidades vêm enfrentando queda da demanda por edifícios comerciais, esvaziamento de lojas, abandono ou subutilização de espaços. Mas, para eles, investimentos nacionais e internacionais podem estabelecer novas dinâmicas de uso no espaço. Nesse sentido, o simpósio pretende analisar essas mudanças e discutir questões como: para quê e para quem deve ser o centro da cidade e o que deve acontecer lá.
“Eu acho um equívoco abandonar o centro, até porque os edifícios públicos novos são péssimos, em nível de projeto”, avalia Geovany Silva. Ele defende a realização de concurso público para seleção de bons projetos arquitetônicos.
“Desse modo se seleciona o melhor projeto dos arquitetos que estão disponíveis no mercado, não um projeto indicado por alguém”. Segundo o professor, os prédios públicos da África do Sul e da Colômbia, por exemplo, são melhores que os do Brasil.
Os debates devem resultar em uma carta com recomendações. “Vamos discutir não só o Centro Histórico, mas todos os subcentros, como praia, Mangabeira, há vários subcentros. E, a partir dessas discussões, vamos gerar documentos, propostas”.
Em paralelo à programação, haverá oficinas, apresentação de pôsteres e apresentações culturais. Mais informações podem ser obtidas através do site e do perfil do evento no Instagram.
Confira, abaixo, a programação:
Quinta-feira, 5 de março:
08:00 – Boas-vindas por representantes da Universidade Federal da Paraíba e Grupos de Pesquisa envolvidos;
8:10 – 9:30: Sessão 1, Abertura com Bob Giddings, e Apres. do INCIT (Recife), MPF, Porto Digital (Recife);
10:00 – 10:15: Pausa para Café e Conversas;
10:15 – 11:15: Sessão 2, Representantes de Conde-PB, BR Cidades e IAB-PB.
11:15 – 12:15: Discussões e Propostas;
12:20 – 14:00: Almoço;
14:00 – 16:30: Sessão 3, Abertura com Robert Rogerson, e Panorama do Dia 1 e Oficina de Ideias (Problemas, Potencialidades e Diretrizes);
16:30 – 16:50: Pausa para Café e Conversas;
17:00 – 18:00: Sessão 4, Síntese do Primeiro Dia (Bob Giddings, Robert Rogerson, PD Rwelamila, Marcus Jefferies, Carlos Nome, Lucy Donegan).
Sexta-feira, 6 de março:
8:00 – 9:30: Sessão 5, Apres. Marcus Jefferies e PD Rwelamila e Apres. Sinduscon, SemHab, IPHAN;
10:00 – 10:15: Pausa para Café e Conversas;
10:15 – 11:15: Sessão 6, CAU-BR e UEP/BID JP Sustentável;
11:15 – 12:15: Discussões e Propostas;
12:20 – 14:00: Almoço;
14:00 – 16:30: Sessão 7, Bob Giddings e Robert Rogerson, e Panorama do Dia 2 e Oficina de Ideias (Problemas, Potencialidades e Diretrizes);
16:30 – 16:50: Pausa para Café e Conversas;
17:00 – 18:00: Sessão 8, Síntese do Segundo Dia (Bob Giddings, Robert Rogerson, PD, Marcus Jefferies, Carlos Nome, Geovany Silva).
Ascom/UFPB
