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XIII Encontro Unificado da UFPB teve início nesta segunda (24), no Campus I, com foco em equidade racial e integração acadêmica

Teve início, na manhã desta segunda-feira (24), o XIII Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Com o tema “A UFPB e a inserção territorial em ensino, pesquisa e extensão”, o evento segue até a próxima sexta-feira (28), no Campus I da UFPB. A cerimônia foi realizada no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no auditório dos cursos de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional.
O momento de abertura destacou a temática do enfrentamento ao racismo, em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Compuseram a mesa de abertura a Vice-Reitora Mônica Nóbrega, o discente Felipe Tavares, representando a Frente Negra Unificada da UFPB, a servidora técnico-administrativa Maria de Lourdes Batista, coordenadora de projeto de extensão sobre educação antirracista; o docente Antonio Baruty, presidente da Comissão Institucional de Heteroidentificação; a Pró-reitora de Graduação, Ana Cláudia Rodrigues, a Pró-reitora de Extensão, Bernardina Freire, e o docente Issac Medeiros, representando a Pró-reitoria de Pesquisa (Propesq).
O evento marcou a abertura do XXVI Encontro de Extensão (ENEX), XXXIII Encontro de Iniciação Científica (ENIC) e do XXVII Encontro de Iniciação à Docência (ENID).
O público foi acolhido pelo grupo Capoeira Angola Palmares, do bairro do Roger, conduzido por Mestre Dário Tartaruga e Mestra Malu. Em seguida, representantes dos diferentes segmentos da comunidade universitária participaram de um momento de fala em que ressaltaram a relevância do Encontro Unificado como espaço de integração, diálogo e fortalecimento das ações acadêmicas comprometidas com a equidade racial. As falas enfatizaram a responsabilidade institucional da UFPB na promoção de práticas antirracistas, na valorização da representatividade negra e na construção de uma universidade mais inclusiva, plural e socialmente comprometida.
Na sequência, representantes das pró-reitorias responsáveis pela organização do Encontro Unificado ressaltaram a relevância da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão como fundamento essencial para a missão acadêmica da UFPB.
O professor Isaac Medeiros, da Propesq, destacou que a missão do ENIC é fortalecer a cultura científica, o protagonismo estudantil e despertar a vocação acadêmica entre estudantes de graduação e do ensino médio. Segundo ele, o encontro reúne a apresentação de trabalhos de programas como PIBIC, Ações Afirmativas, PIBITI, PIBIC-Ensino, além de iniciativas voluntárias e bolsistas da Fapesq-PB, abrangendo todas as áreas do conhecimento em apresentações orais.
Nesta edição, são 1.548 trabalhos de Iniciação Científica distribuídos em nove grandes áreas, apresentados ao longo dos três dias de programação.
A Pró-reitora de Extensão, Bernardina Freire, destacou que a perspectiva antirracista fortalece o ensino, amplia visões de mundo e orienta políticas institucionais comprometidas com a equidade racial. Ela afirmou que a extensão universitária cria pontes reais e simbólicas entre a UFPB e as comunidades, sobretudo em um país marcado por desigualdades estruturais e pelo legado do racismo. Reforçou ainda que cada ação extensionista representa uma oportunidade de diálogo, escuta e produção conjunta de conhecimento. Nesta edição, o ENEX reúne 930 resumos que refletem ações desenvolvidas dentro e fora da Universidade.
A Pró-reitora de Graduação, Ana Cláudia Rodrigues, ressaltou que a universidade tem o compromisso de permitir que cada estudante se reconheça como sujeito, rompendo com estruturas históricas de silenciamento. Para ela, o tema da palestra de abertura — “Corpo, Território, Ensino, Pesquisa e Extensão em Perspectivas Antirracistas” — reforça a necessidade de reconhecer que nenhum corpo chega neutro à universidade, trazendo memórias, ancestralidades e desafios que precisam ser acolhidos. Nesta edição, o ENID conta com a apresentação de 1.037 projetos de iniciação à docência.
A Vice-Reitora Mônica Nóbrega afirmou que o Encontro Unificado é um espaço fundamental para fortalecer debates e práticas comprometidas com a luta antirracista e com o combate a todas as formas de violência. Ela destacou o empenho da gestão da universidade na defesa de uma educação antirracista e antimachista e anunciou que a UFPB concluiu, em 2025, o Plano de Prevenção e Combate ao Assédio e à Discriminação, cujas ações começam a ser implantadas no próximo ano.
Mônica explicou que quatro setores atuarão de forma integrada: o Comitê de Inclusão e Acessibilidade (CIA), o Centro de Referência de Políticas de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres (CoMu) e dois novos espaços institucionais — um voltado à pauta étnico-racial e outro às questões LGBTQIAPN+. A Vice-Reitora reforçou acreditar no poder transformador da educação e no papel da universidade em promover debates estruturantes, como os que envolvem machismo e racismo, defendendo que a transformação social começa dentro da própria instituição.
A solenidade de abertura foi finalizada com a palestra “Corpo, Território, Ensino, Pesquisa e Extensão em Perspectivas Antirracistas", ministrada pelo professor Diego dos Santos Reis, do Departamento de Fundamentação da Educação, do Centro de Educação (CE).
O XIII Encontro Unificado também vai ocorrer nos campi fora de sede. Entre os dias 3 e 4 de dezembro será no Campus IV, em Mamanguape. Já entre os dias 10 e 11 de dezembro o Encontro Unificado ocorrerá no Campus II, em Areia, reunindo também os trabalhos do campus III, Bananeiras.
